Resenha: Os Segredos de Mystic City - Maria Paula Navarro Varella

Sinopse:
O mundo está em guerra... Luz e trevas estão presos em uma batalha sem fim, mas agora essa realidade está para mudar. A profecia começou a se concretizar.

Annabelle e Verônica foram escolhidas pela magia para serem guardiãs do poder que determinará qual dos dois lados da guerra vencerá. No entanto, todos estão se esquecendo que elas são apenas duas adolescentes de 14 anos sem consciência do que realmente está em jogo. Se falharem, terão que pagar o preço da derrota... e é um preço muito alto.

Título: Os Segredos de Mystic City

Autora: Maria Paula Navarro Varella

Editora: Chiado

Ano de Lançamento: 2015

Páginas: 104

A história, interessante. A capa, muito bonita. E, claro, da conceituada e parceira do blog, Chiado Editora. Minhas expectativas eram bem altas, porém, infelizmente, fiquei decepcionada com essa leitura. Vamos por partes.

Inicialmente, somos apresentados ao mundo de Mystic City. "Uma cidade estranha aos olhos de muitas pessoas". Alguns moradores pertencem a uma sociedade secreta. Nesta, só fazem parte seres que nascem com algum poder especial e, estes, devem seguir três regras. Primeira, faça sua parte. Segunda, nunca machuque outro Clareano. E a mais importante, nunca vá além das paredes. Opa, livro errado. Brincadeirinha! Agora sim. São elas: não expor a magia ao mundo, nunca usar a magia em nome das trevas e não se apegar aos humanos. And, who run this town? O Concelho* (você deve estar se perguntando se a grafia está certa, continue, já vou explicar). Os integrantes são os seres mais poderosos, são os responsáveis por manter tudo em ordem e punir aqueles que quebram as leis.

*Conselho ou concelho? Bem, as palavras conselho e concelho existem na língua portuguesa e estão corretas. Conselho pode ser um aviso, um parecer ou um grupo de pessoas com funções deliberativas, como o conselho de ministros. Concelho se refere a uma divisão administrativa do território, como um município. A meu ver, a palavra foi usada erroneamente na narrativa. O certo seria Conselho com "s" mesmo, justamente, pelo significado em destaque, o qual se encaixa perfeitamente com a descrição dada. 

Depois da breve aula de semântica, vamos continuar...

Em seguida, conhecemos Verônica (ela prefere ser chamada de Ronie). Ela é acordada por Vanessa, sua mãe, e pela irmãzinha Lisa para não chegar atrasada no colégio, então, se arruma, toma o café da manhã e inicia uma conversa com sua gata Luna. Epa! O quê? Gatos não falam. Não no mundo real, mas em Mystic City sim. No mesmo capítulo, há uma outra cena, até que semelhante. Nela, Annabelle é despertada por Lyly, seu passarinho (que também fala) e se prepara para uma prova de química. Annabelle é um ser da natureza, enquanto que Ronie é uma feiticeira. Não são muito amigas. Mas, ficam mais próximas quando começam a desconfiar de certas atitudes de suas famílias e que está acontecendo algo.

E está! O mundo mágico vivencia uma guerra. Luz contra Trevas. Ninguém está a salvo. Annabelle e Ronie são escolhidas pelo Conselho para lutarem, mas ninguém lembra de avisá-las. Somente suas famílias sabem. As duas marcam de se encontrar no parque da cidade para  procurarem por respostas. No dia e no local marcado, antes mesmo de se cumprimentarem, Anna é sequestrada por uma sombra negra e Ronie é levada por uma sombra branca. 

Na realidade, Ronie foi salva pelo Conselho, por pouco não foi levada pelas mesmas sombras que raptaram sua amiga. Ela fica preocupada com Anna e faz de tudo para encontrá-la. E, através de um cristal, recebe uma mensagem codificada, a qual ela acredita que revelará o paradeiro de Annabelle.

O que a mensagem sinaliza? Quem sequestrou Anna? Será que Ronie a encontra? Você só vai descobrir lendo.

Certo, não posso negar que a história tem potencial. É uma fantasia com uma proposta atraente, mas não inovadora, porque obras com a ideia de guerra entre o bem e o mal que envolve seres fantasiosos tem de monte. Senti falta de algo que se diferenciasse, torna-se o único. Sobre os personagens, não são bem construídos, com exceção das principais. Alguns foram esquecidos, isto é, não foi explicado o que aconteceu com eles no fim. 

Agora, posso citar vários defeitos. Falas e palavras repetidas, erros ortográficos, erros de concordância, não sei o que aconteceu. Mentira, sei sim! Sem dúvida, não houve uma boa revisão. Sério, isso afetou muito a leitura. Foram tantas falhas encontradas que a cada página lida me sentia desestimulada a continuar. 

Eu fiquei em uma situação complicada, sabe? Não sabia como expressar minha opinião sem que você rejeitasse o livro de primeira. Queria ser sincera e espero ter mostrado isso. Talvez, você pode ler Os Segredos de Mystic City e ter um ponto de vista totalmente diferente do meu. 

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